O Cabo Bojador


Casa Mar de Tarfaya

Não havendo razão substancial para o entreposto britânico de Tarfaya ter sido fundado sobre os baixios do cabo homónimo, só uma lógica de perigosidade à navegação, que já os portugueses haviam experimentado nas primeiras décadas de 1400, justificaria tal iniciativa. Se bem também que eu não descure uma existência prévia à inglesa de uma outra construção menor, no mesmo local, e que por si só quase justificaria simpaticamente aquele investimento peculiar.

Sobretudo, e antes de mais, o cabo que Gil Eanes passa em 1434 deverá ter sido, muito provavelmente, este cabo de Tarfaya, ou cabo Juby, e que a cartografia maiorquina, ou mesmo um personagem como Jéan IV de Béthencourt - a quem o Infante D. Henrique segue com particular atenção - assinalam como o de Buyeder ou Bugeder.

Na carta-portulano de Meciá de Viladestes (1413) vemos este Buyeder. E sublinhamos uma linha de costa descendo para sul num (então ainda) significativo desconhecimento cartográfico.


Trecho da carta-portulano de Meciá de Viladestes.
(Carte marine de l'océan Atlantique Nord-Est, de la mer Méditerranée, de la mer Rouge, d'une partie de la mer Caspienne, du golf Persique et de la mer Baltique - Mecia de Viladestes me fecit in anno MCCCCXIII. Bibliothèque Nationale de France).


Imagem original: NASA
Vista dos actuais cabos Buyeder (Juby) e Bojador.

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