O Comércio de Arguim
De Vitorino Magalhães Godinho lemos o seguinte:
"Na Relação de Diogo Gomes lê-se que no tempo do Infante D. Henrique os alarves traziam a Arguim ouro em pó, pagando-lhes os portugueses com trigo, mantas e outras mercadorias; e indica-se que estas transacções continuavam à data da redacção desse relato, ou seja, na última década do século XV. Este ponto é confirmado por Münzer, que esteve em Portugal em 1494, pois diz que se troca actualmente trigo por ouro e panos por escravos e outras cousas.
(…)
O comércio de Arguim manteve-se florescente no meio século de 1455 a 1505.
(…)
Não sabemos qual o total de escravos que teriam vindo de Arguim desde 1450 a 1505. Se supusermos que se manteve a média anual de 750 referida por Cadamosto relativamente a 1455, teremos 41250. Não há razões para crer que o número anual fosse inferior a algumas centenas, de modo que ao todo não ficaria talvez abaixo de 25000. Deve notar-se que parte era reexportada para Castela, Aragão e outros países. O total do ouro ainda é menos conhecido, mas deve ter sido de certa importância. De Maio de 1499 a 31 de Dezembro de 1501 resgataram-se por conta do rei 12558 dobras e 1/2; e de Agosto de 1508 a Junho de 1511, 3038 dobras e 80 grãos e meio."
Godinho, V. (2007). A Expansão Quatrocentista Portuguesa. Dom Quixote, Lisboa.
"Na Relação de Diogo Gomes lê-se que no tempo do Infante D. Henrique os alarves traziam a Arguim ouro em pó, pagando-lhes os portugueses com trigo, mantas e outras mercadorias; e indica-se que estas transacções continuavam à data da redacção desse relato, ou seja, na última década do século XV. Este ponto é confirmado por Münzer, que esteve em Portugal em 1494, pois diz que se troca actualmente trigo por ouro e panos por escravos e outras cousas.
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O comércio de Arguim manteve-se florescente no meio século de 1455 a 1505.
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Não sabemos qual o total de escravos que teriam vindo de Arguim desde 1450 a 1505. Se supusermos que se manteve a média anual de 750 referida por Cadamosto relativamente a 1455, teremos 41250. Não há razões para crer que o número anual fosse inferior a algumas centenas, de modo que ao todo não ficaria talvez abaixo de 25000. Deve notar-se que parte era reexportada para Castela, Aragão e outros países. O total do ouro ainda é menos conhecido, mas deve ter sido de certa importância. De Maio de 1499 a 31 de Dezembro de 1501 resgataram-se por conta do rei 12558 dobras e 1/2; e de Agosto de 1508 a Junho de 1511, 3038 dobras e 80 grãos e meio."
Godinho, V. (2007). A Expansão Quatrocentista Portuguesa. Dom Quixote, Lisboa.