As primeiras representações cartográficas de Arguim na Cartografia Medieval (II)
No trecho da carta de privilégio antes apresentado, foi dito que o infante mandara fazer Carta de marear. Ficou implicitamente percebido que a feitura da Carta terá decorrido algures entre 1434 e 1443. Zurara, aludindo a uma Carta de marear na Crónica da Guiné, avança a 1446. Estamos a acompanhar aditamentos e isso está claro no texto do cronista:
"E foe achado que ataa esta era de iiijRvj (1446) anos do nacimento de Jhu Xpo, foram em aquellas partes cinquoenta e hua caravellas (…) E foram estas caravellas a allem do Cabo iiiijL legoas. E achasse que toda aquella costa vay ao sul, com muytas pontas, segundo que este nosso principe mandou acrescentar na carta de marear." (1)
Dito de outra forma. Foi registada (na carta de privilégio) uma iniciativa de se fazer uma Carta de marear das zonas de África para lá do Bojador, ao que até 1446 se fazem averbar novos levantamentos. Isto prenuncia a eventual feitura e existência de um Padrão cartográfico. Saliento o dado mais significativo sobre esta questão: quer o primeiro documento, quer a Crónica, referem, não por mera coincidência, a Carta de marear no singular. Foi uma Carta de marear que se mandou fazer e depois aditar.
(1) Zurara, G. (ed. 1841) Crónica do Descobrimento e Conquista de Guiné. J. P. Aillaud, Paris.
"E foe achado que ataa esta era de iiijRvj (1446) anos do nacimento de Jhu Xpo, foram em aquellas partes cinquoenta e hua caravellas (…) E foram estas caravellas a allem do Cabo iiiijL legoas. E achasse que toda aquella costa vay ao sul, com muytas pontas, segundo que este nosso principe mandou acrescentar na carta de marear." (1)
Dito de outra forma. Foi registada (na carta de privilégio) uma iniciativa de se fazer uma Carta de marear das zonas de África para lá do Bojador, ao que até 1446 se fazem averbar novos levantamentos. Isto prenuncia a eventual feitura e existência de um Padrão cartográfico. Saliento o dado mais significativo sobre esta questão: quer o primeiro documento, quer a Crónica, referem, não por mera coincidência, a Carta de marear no singular. Foi uma Carta de marear que se mandou fazer e depois aditar.
(1) Zurara, G. (ed. 1841) Crónica do Descobrimento e Conquista de Guiné. J. P. Aillaud, Paris.