De Jorge Borges de Macedo lemos o seguinte: "A conquista e conservação de Ceuta foi acompanhada, muito de perto, pela expansão marítima portuguesa de que resultou a descoberta da viagem de ida e volta para a Madeira e a inclusão desta na vida europeia. O ter sido descoberta despovoada, ao contrário do que sucedia com as Canárias, mostra os limites da tecnologia naval europeia e o progresso que os portugueses lhe deram. O povoamento da ilha, assim como o tráfego de Arguim e a presença portuguesa em Ceuta levaram a que se constituísse uma área de influência europeia inteiramente nova e que, a pouco e pouco, acabou por permitir que se constituísse uma forma de apoio atlântico diferente da que se centrava no Mar do Norte, saturado de compromissos. (…) Esta orientação não deve levar-nos a supor D. João I desinteressado das relações com o Norte da Europa. Também nesse campo tem cabimento a sua política marroquina. O papel de Ceuta veio a ser reforçado pelo desenvolvimento da explora
"(…) [I]sso mesmo mandou [o Infante D.Henrique] à ilha de Malhorca por um mestre Jacome, mestre de cartas de marear, na qual ilha primeiramente se fezeram as ditas cartas, e com muitas dadivas e merces ho ouve nestes Reynos, ho qual as ensinou a fazer áquelles de que os que em nosso tempo vivem, aprendéram." Em o Esmeraldo de Situ Orbis (séc. XIV) de Duarte Pacheco Pereira (1460-1533). "(…) [M]ándou vir da ilha de Mallorca um mestre Jacome, homem mui douto na arte de navegar, que fasia e instrumentos náuticos e que lhe custou muito pelo trazer a este reino para ensinar sua sciencia aos officiaes portuguezes d'aquela mes ter." Em Décadas da Ásia (séc. XIV) de João de Barros (1496-1570). Quem quer que tenha lido as Décadas e o Esmeraldo percebeu que o capítulo de João de Barros onde surge a sua citação ao "mestre Jacome" é transladado de Duarte Pacheco Pereira. Daí que as referências à "arte de navegar" de Jacome ou ao "fabr
Na imagem, Ouadane . Entreposto em oásis sob o eixo senegalês-marroquino das rotas do ouro e escravos, e que poderá ter estado na base da fundação da feitoria portuguesa de Arguim na costa ocidental africana. A visão portuguesa sobre Marrocos não se pode ler dissociada do enredo Peninsular. Qualquer que seja a perspectiva, será sempre intrínseca da questão castelhano-aragonesa. Em que medida? Na medida de uma gestão de equilíbrios, influências e pressões: na Península; indirectamente na Europa; nos acessos ao Mediterrâneo e Mar do Norte; na posição de força sobre estas questões; e por último no abrir de opções para o Atlântico Sul, se bem que, pelo menos aqui, nos deparemos internamente diante estratégias díspares em face do tema marroquino e africano. Em termos genéricos, os sinais de que uma posição portuguesa sobre o Atlântico Sul havia sido clarificada em meados de Quatrocentos, percebe-se, objectivamente, com a inauguração da feitoria de Arguim. Esta posição é reforçada