O castelo de Arguim (1461)
"E em o [ano] seguinte de [mil] quatrocentos e sessenta e um, porque às ilhas de Arguim concorria resgate de ouro, e negros de Guiné, mandou el-Rei [D.Afonso V] fazer o castelo de Arguim, que hoje está em pé, por Soeiro Mendes Fidalgo de sua Casa, morador em Évora, ao qual deu alcaidaria mor, para si e seus filhos."
João de Barros. Décadas da Ásia. Decada I. L. II. Cap. I. pág. 139.
Realmente, a data apontada por João de Barros tem tudo para ser a mais consistente das datas tradicionalmente apresentadas, até porque Barros quando faz a sua descrição e escreve "E em o seguinte de quatrocentos (…)" referira-se antes ao Infante D.Henrique e ao ano de 1460, que é, por coincidência, o ano do falecimento do Infante. Ou seja, João de Barros tinha bem presente que o castelo de Arguim só é mandado construir depois da morte do Infante D.Henrique.
Talvez seja também importante notar que esta data terá sido levantada em algum testemunho, escrito ou oral, uma vez que Barros não é contemporâneo dos acontecimentos.
E de facto encontramos uma vez mais em Duarte Pacheco Pereira uma passagem que João de Barros parece ter não só usado, eu diria mesmo, adaptado.
"E na ilha de Arguim está um castelo que ali mandou fazer o excelente rei D. Afonso, o Quinto, por Soeiro Mendes de Évora, fidalgo de sua casa, depois da morte do Infante D. Anrique; ao qual Soeiro Mendes fez mercê da alcaidaria-mor desta fortaleza e pera seus filhos. E os Alarves e Azenegues trazem a Arguim ouro que ali vem resgatar, e escravos negros de Jalofo e de Mandinga, e couros de anta pera adargas, e goma-arábica e outras cousas; e de Arguim levam panos vermelhos e azuis, de baixo preço, e lenços grossos e bordates, e mantas de pouca valia que se fazem no Alentejo, e outras cousas desta calidade."
Em o Esmeraldo de Situ Orbis de Duarte Pacheco Pereira.
João de Barros. Décadas da Ásia. Decada I. L. II. Cap. I. pág. 139.
Realmente, a data apontada por João de Barros tem tudo para ser a mais consistente das datas tradicionalmente apresentadas, até porque Barros quando faz a sua descrição e escreve "E em o seguinte de quatrocentos (…)" referira-se antes ao Infante D.Henrique e ao ano de 1460, que é, por coincidência, o ano do falecimento do Infante. Ou seja, João de Barros tinha bem presente que o castelo de Arguim só é mandado construir depois da morte do Infante D.Henrique.
Talvez seja também importante notar que esta data terá sido levantada em algum testemunho, escrito ou oral, uma vez que Barros não é contemporâneo dos acontecimentos.
E de facto encontramos uma vez mais em Duarte Pacheco Pereira uma passagem que João de Barros parece ter não só usado, eu diria mesmo, adaptado.
"E na ilha de Arguim está um castelo que ali mandou fazer o excelente rei D. Afonso, o Quinto, por Soeiro Mendes de Évora, fidalgo de sua casa, depois da morte do Infante D. Anrique; ao qual Soeiro Mendes fez mercê da alcaidaria-mor desta fortaleza e pera seus filhos. E os Alarves e Azenegues trazem a Arguim ouro que ali vem resgatar, e escravos negros de Jalofo e de Mandinga, e couros de anta pera adargas, e goma-arábica e outras cousas; e de Arguim levam panos vermelhos e azuis, de baixo preço, e lenços grossos e bordates, e mantas de pouca valia que se fazem no Alentejo, e outras cousas desta calidade."
Em o Esmeraldo de Situ Orbis de Duarte Pacheco Pereira.