A Passagem do Cabo Bojador
Para perceber algumas das iniciativas expedicionárias atlânticas portuguesas na primeira metade do séc. XV, particularmente o episódio da difícil passagem do Cabo Bojador, será pertinente ver e perceber como pensava o mundo o homem tardo medievo comum.
A tradição lembrava, desde sempre, que as terras habitadas eram circundadas por um vasto Oceano. Todavia, para os limites da ecúmena o homem projectava ideias fantásticas de carácter mítico. Tais ideias faziam crer que dobradas as esquinas do espaço ecuménico, forças maiores impediriam o retorno. À imaginação juntavam-se as representações, nascidas sobretudo nos circuitos monásticos, reforçadas, portanto, por narrativas bíblicas.
Acontece que o Cabo Bojador assinalava justamente o termo das terras habitadas e, consequentemente, o limite à navegação. A transposição de tal lugar não tinha qualquer hipótese de figurar no imaginário de um crente.
Não deixa assim de ser curioso que caiba ao Infante D.Henrique, homem de fé apaixonada, a iniciativa de tal empreendimento, ou pelo menos assim nos conta Zurara.
A tradição lembrava, desde sempre, que as terras habitadas eram circundadas por um vasto Oceano. Todavia, para os limites da ecúmena o homem projectava ideias fantásticas de carácter mítico. Tais ideias faziam crer que dobradas as esquinas do espaço ecuménico, forças maiores impediriam o retorno. À imaginação juntavam-se as representações, nascidas sobretudo nos circuitos monásticos, reforçadas, portanto, por narrativas bíblicas.
Acontece que o Cabo Bojador assinalava justamente o termo das terras habitadas e, consequentemente, o limite à navegação. A transposição de tal lugar não tinha qualquer hipótese de figurar no imaginário de um crente.
Não deixa assim de ser curioso que caiba ao Infante D.Henrique, homem de fé apaixonada, a iniciativa de tal empreendimento, ou pelo menos assim nos conta Zurara.