Mestre Jácome
Ainda que não adiante qualquer desenlace sobre quem é mestre Jácome, e esse é o interesse que nos move, não quero aqui deixar de dar conhecimento de uma Carta de Aforamento da Chancelaria de D.João I, em nome de um mestre Jácome.
Datada de 12 de Abril de 1427, temos conhecimento através dessa Carta, passada por D.João I, de um aval de aforamento dado por uma herdade, de nome Alagoa, em Alverca, a um mestre Jácome.
Qual o interesse desta Carta? É documental. Não nos diz mais sobre aquela personagem, mas situa-a a viver em Portugal em 1427. Será determinante se se confirmar que este é o mestre em cartas de marear referido no Esmeraldo [link]. Deixaria liminarmente de parte a tese que sugere ser Jácome o mesmo que Jafudà Cresques [link].
Aproveito para tocar um outro ponto. Segundo alguns investigadores, temos, cerca de 1390, um mestre Jácome, pintor, ligado à Coroa de D.João I. Esta figura é curiosa porque é vítima de um infortúnio desinquietante. Apesar de ser apontado como pintor régio, dele não se conhece categoricamente obra alguma. Pendem tão só sobre a sua pena opinadas sugestões avulsas.
Sem obra conhecida ou documentada, tratar-se-á este mestre Jácome, pintor régio, de um pintor de cartas de marear? Será o tal mestre apontado por Duarte Pacheco Pereira e que muitas custas teve à Coroa? Nada disto tem sustento, no entanto é-me estranha a ideia de se falar de um mestre Jácome, pintor régio, sem obra documentada.
Ainda assim, o Jácome referido na Carta de Aforamento tanto pode ser o mestre em cartas de marear, como poderá ser o pintor régio, ambos ou, talvez mais razoavelmente, nenhum deles. O mesmo que Jafudà Cresques é que está em absoluto fora de discussão.
Datada de 12 de Abril de 1427, temos conhecimento através dessa Carta, passada por D.João I, de um aval de aforamento dado por uma herdade, de nome Alagoa, em Alverca, a um mestre Jácome.
Qual o interesse desta Carta? É documental. Não nos diz mais sobre aquela personagem, mas situa-a a viver em Portugal em 1427. Será determinante se se confirmar que este é o mestre em cartas de marear referido no Esmeraldo [link]. Deixaria liminarmente de parte a tese que sugere ser Jácome o mesmo que Jafudà Cresques [link].
Aproveito para tocar um outro ponto. Segundo alguns investigadores, temos, cerca de 1390, um mestre Jácome, pintor, ligado à Coroa de D.João I. Esta figura é curiosa porque é vítima de um infortúnio desinquietante. Apesar de ser apontado como pintor régio, dele não se conhece categoricamente obra alguma. Pendem tão só sobre a sua pena opinadas sugestões avulsas.
Sem obra conhecida ou documentada, tratar-se-á este mestre Jácome, pintor régio, de um pintor de cartas de marear? Será o tal mestre apontado por Duarte Pacheco Pereira e que muitas custas teve à Coroa? Nada disto tem sustento, no entanto é-me estranha a ideia de se falar de um mestre Jácome, pintor régio, sem obra documentada.
Ainda assim, o Jácome referido na Carta de Aforamento tanto pode ser o mestre em cartas de marear, como poderá ser o pintor régio, ambos ou, talvez mais razoavelmente, nenhum deles. O mesmo que Jafudà Cresques é que está em absoluto fora de discussão.