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A Península Ibérica (1080-1300)

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c. 1080. c. 1300 Catlos,B. (2004). The Victors And the Vanquished: Christians and Muslims of Catalonia and Aragon , 1050-1300. Cambridge University Press, UK

Europa 1430

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McEvedy, C. (1976),  The Penguim Atlas of Medieval History . Penguim Books, England.

O castelo de Arguim segundo Cadamosto

Porque fala Cadamosto da existência de um castelo em Arguim? Cadamosto fez duas viagens na década de 50 a África sob o patrocínio do Infante D.Henrique. Sabemos também que Cadamosto usou a volta pelo largo das Canárias rumo ao Cabo Branco, seguindo depois, sem entrar na Baía de Arguim, para a costa africana do Rio Senegal em diante. Cadamosto não visitou nunca a ilha de Arguim. Nem na ida, nem tão pouco e menos ainda no regresso. Então porque refere a existência de um castelo, em Arguim, no relato das suas viagens? Alguns autores sugerem tratar-se de uma incoerência de Cadamosto. É razoável, mas eu penso que pode haver uma outra razão. Sabemos que Cadamosto não visitou pessoalmente Arguim. Ora se afirma que Arguim tem um castelo, poderá ser que essa informação lhe tenha sido assim deliberadamente transmitida. Quem e em que moldes terá feito circular essa ideia, uma vez que não correspondia à verdade? Se o castelo foi construído em 1461, como João de Barros adianta, em minha opiniã

O castelo de Arguim (1461)

"E em o [ano] seguinte de [mil] quatrocentos e sessenta e um, porque às ilhas de Arguim concorria resgate de ouro, e negros de Guiné, mandou el-Rei [D.Afonso V] fazer o castelo de Arguim, que hoje está em pé, por Soeiro Mendes Fidalgo de sua Casa, morador em Évora, ao qual deu alcaidaria mor, para si e seus filhos." João de Barros. Décadas da Ásia. Decada I. L. II. Cap. I. pág. 139. Realmente, a data apontada por João de Barros tem tudo para ser a mais consistente das datas tradicionalmente apresentadas, até porque Barros quando faz a sua descrição e escreve "E em o seguinte de quatrocentos (…)" referira-se antes ao Infante D.Henrique e ao ano de 1460, que é, por coincidência, o ano do falecimento do Infante. Ou seja, João de Barros tinha bem presente que o castelo de Arguim só é mandado construir depois da morte do Infante D.Henrique. Talvez seja também importante notar que esta data terá sido levantada em algum testemunho, escrito ou oral, uma vez que Barros

A carta de mercê a Soeiro Mendes

A carta de mercê a Soeiro Mendes permite-nos pensar que o castelo de Arguim terá sido um projecto da Coroa. Ela testemunha os nomes do promotor e do autor material da obra. Assegura-nos ainda que o castelo estava pronto à data de 1464. E de todo o contexto se pode com alguma segurança sugerir ter o castelo sido começado a construir já depois da regência do Infante D.Pedro (1448), visto Soeiro Mendes ser fidalgo da Casa de D.Afonso V. Por outro lado, não deixará de ser pertinente articular este desenvolvimento com iniciativas anteriores, muito particularmente com a viagem pelo sertão de João Fernandes (c. 1444). Também a visão que levou à construção de um castelo num lugar tão remoto deve, em meu ver, ser igualmente lida no mesmo plano das anteriores iniciativas marroquinas, nomeadamente no que conduziu ao projecto de Ceuta (1415) mas igualmente ao fracassado projecto de Tânger (1437) . Trata-se de uma política de investimento em praças africanas, se bem que o estilo tenha ganho conto